Há alguns dias que venho a assistir publicamente a uma oferta de emprego.
Em pleno final de 2013, em que tanta gente clama por falta de trabalho e dificuldades no acesso a um emprego onde possa ocupar o seu tempo, ser útil e daí auferir um vencimento, parece ridículo um anúncio de emprego para funcionário de balcão - tarefa que não requer certamente um grau superior de escolaridade, nem uma experiência profissional de anos, ou ainda uma fluência assinalável numa língua estrangeira - não conseguir obter adesão ou resposta para a ocupação do lugar.
Podem-se levantar questões como horário, vencimento, condições de trabalho, etc, mas a verdade é que o lugar continua em aberto. Continuo a acreditar que há mais emprego no país do que aquilo que as pessoas pensam. O que houve também foi uma mudança na maneira de encarar qualquer trabalho que apareça. Criou-se uma espécie de estigma social se a pessoa realizar uma tarefa menos "conotada". Um erro, a meu ver, na forma, mas uma grande estupidez no seu conteúdo. Quem perde são as pessoas e os empregadores, que gostariam de gerar mais receita, empregando gente para o efeito.
De ressalvar que não tenho qualquer interesse no lugar, nem na entidade empregadora.
Por fim, aqui fica o anúncio.
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=624827354243112&set=a.265387173520467.67436.100001475587917&type=1&theater
2 comentários:
Infelizmente na nossa sociedade muitos pensam que é pouco digno um trabalho que não "combine" com o seu nível de escolaridade ou 'estatuto'.
Partilho da mesma ideia. Há quem prefira não trabalhar (estando ou não a usufruir do subsídio de desemprego) do que aceitar um emprego menos conotado.
Não escrevi na semana passada, mas o caso dos trabalhadores da apanha da azeitona no Alentejo é um bom exemplo. Acaba tudo por nos escapar entre os dedos.
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