domingo, 25 de abril de 2010

25 de Abril

Domingo, 25 de Abril 2010

36 anos passados, comemoramos o dia em que o país se libertou de repressão, ganhou liberdade na voz, na palavra, na ideia. O dia em que o país se abriu ao mundo moderno.

Apraz-me colocar em balanço os resultados de tal movimento cívico, mais que militar.
Penso que é fácil percebermos que perdemos muito. Não sei se mais que aquilo que ganhámos, mas não fomos nem somos capazes de viver em democracia.

Se é verdade que passámos a ser um país ocidental, com mercado aberto, com liberdade de ideias e expressões, não é menos verdade que abrimos as portas à abundância, ao despesismo, à corrupção. Perdemos valores base de uma sociedade, de uma cultura. Perdemos anos de poupança, de contenção. Perdemos colónias riquíssimas que só prejuízo nos ficou. Temos hoje um Estado pesado, caro, que nem com milhares de milhões de euros de borla consegue aguentar-se. Com políticos sem face, com gestores sem escrúpulos, sem justiça na justiça, sem organização nas organizações públicas.

Enfim, 36 anos depois, olho para trás e não vejo assim tanta mudança positiva depois da revolução. Não que defenda a ditadura, não que seja a favor de um novo Salazar, mas também não é esta forma de governar que dignifica 900 anos de história nem ergue um país cada vez mais condenado à bancarrota, aos apoios e ajudas europeias.
Se ao menos tivéssemos a humildade de seguir bons exemplos, seríamos por certo um mais mais sustentado e capaz de enfrentar as dificuldades com outra estrutura e confiança.


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