quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Francisco, o Papa simples

13 de Março de 2013.
Papa Francisco. De nome ímpar, que confesso nem me caiu no ouvido.
O rádio do carro teimava em não captar bem a emissora, e o primeiro discurso foi confuso de se perceber. Mas a mensagem era já diferente do antecessor.

Bento XVI (ou Joseph Ratzinger) não foi um Papa de cair no goto. Sempre com um olhar estranho, algo dúbio sobre as pessoas e as manifestações de carinho e júbilo que lhe transmitiam ao passar por ele. Com um discurso elaborado, sentia-se deveras a distância entre o primeiro e os seguintes. Entre o Papa e os fiéis.

Francisco vem quebrar esse gelo. Logo no início. Surge humilde. Desde logo no primeiro discurso. E vai continuando, na escolha dos paramentos, na casa onde fica, no carro que conduz, no papa-móvel. Em tudo! Mas fundamentalmente, no discurso. Na palavra que transmite e no modo como faz chegar a sua mensagem. Esta é, a meu ver, a mudança de paradigma na posição do novo Papa.
Com Francisco, percebe-se que a Igreja católica deve convergir em vez de divergir, deve olhar para dentro e começar a sarar feridas, deve olhar o próximo como a si próprio, sentindo que um dia talvez os papéis se possam inverter.  A mensagem passou a não trazer códigos, tornou-se simples e acessível às pessoas menos instruídas. O amor pelo outro passou a tema primeiro de sequências de conferências (mais inéditas que nunca, com improvisos inesperados), de visitas a locais difíceis até ao maior encontro de pessoas do mundo - Jornadas Mundiais da Juventude.
Com o novo Papa, a Igreja católica volta a sentir que é possível chegar a entendimentos, mostrando que começa dentro de nós. 

Creio que estão lançadas as sementes para um novo ciclo, no qual a igreja saiba estar à altura do seu tempo e possa transmitir que os valores e ideais de Jesus Cristo são actuais e possíveis de seguir nos dias de hoje, em que a sociedade é, mais que nunca, uma soma de parcelas e um conjunto de números e rácios desprovidos de escrúpulos sobre o ser humano. Talvez, como João XXIII, se assista a mais um passo em frente, num novo Concílio.

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Dia de Santa Cecília

A propósito do Dia Internacional da Música, nada como voltar ao princípio.
Sons do Mestre J. S. Bach!