Lia à dias que a ajuda humanitária "amealhada" para o Haiti bateu, em 4 dias apenas, todo o dinheiro conseguido para ajudar as vítimas do Tsunami, no final de 2004. Até aqui, parece evidente o porquê: a localização geográfica, seguida da proximidade dos Estados Unidos, em parceria com uma forma ligação económico-turística com a Europa.
Mas se o mundo se mobilizou em maior escala, não resulta, por si só, numa ajuda mais efectiva, muito pelo contrário. Os relatos trazidos, fora das câmaras, de Port-au-Prince, revelam ajuda humanitária aos "montes" empilhada no aeroporto, à espera de uma logística que responda às necessidades de um povo, de milhares de sem-abrigo ou de desalojados. Já nem se questiona se os milhões de dólares conseguidos em campanhas e donativos irão, de facto, contribuir para a cura deste país moribundo.
A conclusão que se tira é que, ano após ano, tragédia após tragédia, à margem de todo um interesse (leia-se lobbie) que se instala em cada situação deste género, a ONU, secundada pelas suas ONG, e os EUA como país mais preparado para socorrer o restante mundo, não conseguem responder em tempo útil nem com a capacidade organizativa que tantas vezes os caracterizamos.
Afinal de contas, o que é mais trágico?
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